Suzuki DR800S – a maior monicilindrica do mundo!

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Pra começo de conversa, ninguém fala alto na orelha da DR800. Respeito! Ela
merece!  Ta ai a moto de ninguém menos que Gaston Rahier do ano de 1989 do
Rally Paris Dakar.  Moto simples?  sim… Mas moto com pedigree!

A aposta era completamente oposta, enquanto a Yamaha seguida pela Honda apostavam em tecnologia em seus projetos de Big Trail, a Suzuki seguia pela linha absolutamente conservadora!  Se por um lado não era grande vencedora de ralies como suas concorrentes, tinha a seu favor um excelente preço e a justa fama de indestrutível.

A simplicidade da DR800S, monocilíndrica a ar, contrastava com a modernidade da Yamaha XTZ750 e seu motor bicilíndrico de 10 válvulas, refrigerado a liquido, no moderno “conceito Genegis” que a Yamaha apresentava.  Seguia outra escola se comparada a Honda Africa Twin. Todas eram frequentadoras assíduas e inveteradas dos desertos africanos nas mãos de pilotos experientes, Yamaha e Honda (assim como BMW) já ostentavam vitorias, Suzuki ainda não (que infelizmente nunca veio a acontecer).


Visual

O característico “bico de pato”, por mais estranho que tenha parecido naquele momento (e foi alvo de grandes criticas na época), acabou tornando-se de certa forma comum a outros modelos, segue sendo utilizado até hoje por marcas como BMW em sua Big Trail moderna (R1200GS) e Honda (na XRE300).

BMW R1250GS 2019 – praticamente 30 anos depois, e o bico de pato ai está… firme e forte!

Simplicidade

Ela era dona de uma simplicidade ímpar, tipica das primeiras BigTrail dos anos 1970 e meados dos anos 1980 (XT500, XT600 etc)  a receita trazia:  Motor monocilíndrico refrigerado a ar de 800cc (a primeira versão tinha 750cc), com 54hp, tanque de 24 litros (a primeira versão tinha tanque de 29 litros), dois carburadores mikuni, ignição eletrônica, cambio de 5 marchas e freios a disco simples na dianteira e traseira, e claro, aro 21 na dianteira – bem, se talvez faltasse algo para ser vencedora das grandes provas africanas, a receita era perfeita para o que aventureiros, que hoje classificamos como “raiz” (não havia essa classificação naquele tempo) queriam…  eles buscavam uma moto normal, com desempenho normal, mas com uma característica muito especial e importante em suas aventuras – normalmente longas e por regiões inóspitas – a mais absurda resistência e durabilidade.

Pensa bem – o que pode dar errado em uma DR800S?    O que tem ali pra quebrar?   Ou melhor colocando a questão:  o que ali pode quebrar que não se resolva na beira da estrada, com ferramentas simples?!

– O que mais um aventureiro espera de sua motocicleta, do que robustez mecânica e simplicidade?!

Moto de responsa! (bacana nessa imagem, a desproporção entre o pequeno Gaston Rahier e a enorme moto (na versão
de rali a soma dos 3 tanques de combustível totalizava 68 litros!!!)

Motorzão

A motocicleta com o maior monocilíndrico do mundo! (produzido em serie, claro) Assim ele foi apresentado, e realmente é, 800cc em um monocilíndrico era coisa impensável até então (779cc pra ser exato), a batida lenta e cadenciada deste motor apaixona na primeira voltinha!  Vibrações existem, mas não pense em nada de arrancar obturações não (As custons com motor em V de grande capacidade costumam vibrar muito mais!)

Embora naquele momento as Big Trails não fossem motos “da moda” em nosso país (as custons tinham muito espaço – eram conhecidas como estradeiras – as esportivas começavam a ganhar espaço também), a Suzuki DR800S conquistou sua fatia de mercado.  Uma parte composta por órfãos da XT600Z Ténéré, muito embora a Suzuki (tivesse versões de 650cc em linha, mas não eram “aventureiras de tancão”) outra parte por aspirantes as BigTrail “de ponta” de Honda e Yamaha mas que não queriam investir tanto na aquisição, e uma certa parte ainda, conforme citado acima, composta por aventureiros que eram “raiz” e simplesmente faziam escolhas racionais de suas big trails.

Fato que essa moto, aos poucos, conquistou seu espaço.  Figura difícil de achar atualmente, pois as que existem no mercado, normalmente estão muito rodadas – por razoes obvias – e em condições visuais não tao legais, mas, sempre que uma aparece deve ser considerada pra coleção.  Sem duvida!

Para o Brasil, basicamente tivemos apenas 1 versão, com apenas variações de cores. Mas antes que chegasse por aqui, ela foi comercializada no Japão e na Europa (basicamente) em outras versões:

DR750S BIG – 1988

alem da cilindrada um pouco menor, difere do modelo comercializado aqui por ter um tanque gigantesco de 29 litros e dois bocais), alem das ponteiras de escapamento mais baixas em relação ao assento:

primeiro modelo, 750cc, tanque de 29 litros, ponteira de escapamento mais baixa.  (não foi comercializado por aqui)
o tanque de 29 litros das primeiras versões (até 1990) com 2 bocais para abastecimento

DR800S – 1990

Logo depois, em 1990, com cilindrada aumentada e tanque reduzido para 24 litros

Versão 1990 – já com 800cc – mas essa versão ainda nao era importada para o Brasil
– note as ponteiras de escapamento mais baixas em relação ao banco.

DR800S – A partir de 1991 – é a versão que conhecemos aqui, com variações estéticas:

Realmente uma motocicleta incrível, histórica. Se naquela época ela era o “patinho feito” entre as aventureiras de plantão, hoje é bacana encontrar uma em bom estado circulando por ai, ou até mesmo uma meio surrada que ainda serve seu proprietário em longas aventuras!

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8 comentários sobre “Suzuki DR800S – a maior monicilindrica do mundo!

  • Minha nossa, que lembrança maravilhosa. A DR 800 ainda tem uma legião de fãs apaixonados. Excelente motocicleta. Não deu para entender a Suzuki. Ao invés de melhora-la, evoluir, simplesmente tirou de linha. Uma pena mesmo.

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  • Minha nossa, que lembrança maravilhosa. A DR 800 ainda tem uma legião de fãs apaixonados. Excelente motocicleta. Não deu para entender a Suzuki. Ao invés de melhora-la, evoluir, simplesmente tirou de linha. Uma pena mesmo.

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  • Sou o Feliz Proprietário de uma dessa. A histórica, a clássica "Desert Express" como foi apelidada na época das grandes corridas de deserto. Já foi minha fiel e única companheira por muito tempo para as muitas aventuras em terrenos nada convidativos, e ainda nos dias de hoje faz muito bonito quando a missão é enfrentar lama, areia e os lugares onde as modernas e frágeis Max Trails não trafegariam. A clássica Dakariana nunca venceu um Dakar, sua melhor colocação foi um 9º lugar em 1989 pilotada por Gaston Rahier. Gaston venceu, no mesmo ano o Rally dos Faraós nas areias do Egito com um protótipo DRZ850 consagrando a DR . Mas a principal característica que a DR Big deixou como herança às modernas motocicletas de aventura foi seu controverso bico de pato como o Diego cita na sua narrativa. Dizem que, no lançamento da Tiger 800 a BMW fez críticas à Triumph acusando a fabricante inglesa de ter copiado o desenho da F800GS, o que teria sido respondido: "o desenho não era original, vocês já haviam copiado da DR800." Fato ou conversa de boteco nunca saberemos se houve esse embate, mas que a F800GS, R1200GS, Honda XRE, Honda NC700, Ducati Multstrada, Tiger 800, Tiger 1200, Ducati Hypermotard, entre outras, algumas dessas consideradas o estado D'arte do design trazem consigo o bico de pato.
    Minha velha DR tem vaga cativa na garagem. Moto que trás consigo, além de muita confiabilidade, muito carisma. E no trânsito ainda atrai olhares curiosos, sejam dos mais antigos que já há muito não vê uma dessas, seja da nova geração, em que muitos nunca viram uma.

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    • Amigo Paulo, no dia a dia, manutençao, peças e muito caro ?? Eu apesar de nanico, sonho com uma destas para pelo menos uns passeios com a patroa ou solo, eu namoro namoro mas fico com medo de quebrar a cara e pegar um mico, acho poucas a venda na internet, algumas muito interessantes, mas com elevada km… sao motos indestruitiveis, mas usadas, nao se sabe que cuidados teve… consegue dirimir minhas duvidas e incertezas ??

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